domingo, 12 de junho de 2011

DUDA

  
  Nascida em Porto Alegre no ano de 1980, Duda desde pequena nunca teve uma relação amigável com sua mãe, havendo brigas e discussões diariamente. No entendimento da família, os frequentes conflitos eram normais devido a rebeldia da adolescência. Duda, apelido normalmente dado a quem possui o nome “Eduarda”, chama-se Evelize e carrega consigo esta alcunha graças ao sonho de sua tia de ter uma filha chamada “Maria Eduarda”.
       Quando tinha 22 anos, Evelize foi morar com seu noivo. Meses depois engravidou de sua filha Isabela. Ao sua filha nascer, o seu companheiro rompeu o noivado e tomou um caminho diferente do planejado por ambos. Duda retornou para casa de seus país, criando sua filha num ambiente em que ninguém respeitava a hierarquia materna, todos mandavam, mimavam e tiravam-lhe a autoridade. O pai de sua filha entrou em consenso com ela para estabelecerem dias de visitação e as formas nas quais ele ajudaria na criação. Nunca houve por parte dele algum tipo de negligência ou descomprometimento, segundo a própria Evelize.
       Depois de alguns anos, Duda começou a se relacionar com um integrante do Batalhão de Operações Especiais da polícia. Esse homem chamava-se Jean e foi bem aceito por toda a família da moça, menos pela mãe de Evelize. Em meio às costumeiras brigas e desavenças entre ela e a sua mãe, Duda foi expulsa de casa por relacionar-se com o rapaz. Sua tia, a mesma que havia colocado-lhe o apelido, abrigou Evelize e Isabela em sua residência, até que tudo fosse solucionado. Entretanto, nunca se resolveu .
        Duda foi morar com seu companheiro, levando consigo Isabela. A mãe dela procurava de todas as formas levar a neta para morar em sua casa. Entrou na justiça pedindo a guarda da criança, que na época tinha 6 anos, porém, seus esforços foram em vão. A solução foi aliar-se ao pai da menina. Um novo processo foi aberto, só que nessa ocasião pedindo a guarda para o rapaz, alegando que Duda não possuía estrutura e capacidade para criar sua filha da forma mais adequada para o progresso da menina.Até mesmo o pai de Duda, que sempre foi seu companheiro e fiel amigo, acabou tomando partido de sua esposa A ação se arrastou por algum tempo e os laços familiares foram totalmente quebrados. Ninguém mais aceitava ou compreendia o motivo pelo qual submetiam uma criança a tantos problemas.
Quatro anos de brigas e disputas judiciais se passaram e Duda, hoje casada, luta com sucesso para permanecer ao lado da filha. Contudo, quem conhecia a linda morena de espírito radiante, vê hoje uma mulher não menos bela, mas de olhar triste e cansado.
 Matheus D'Avila

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