segunda-feira, 13 de junho de 2011

BISAVÓ

Infelizmente quem conta essa historia não é Aiko, que com certeza passou por muitos outros fatos interessantes, e sim seu bisneto Lucas Yamaguti, pois a senhora Okamoto, mesmo depois de residir 78 anos no Brasil, nunca aprendeu de fato a falar nossa língua.
            Querendo deixar o país livre de pobres no começo da década de 30, o governo Japonês prometia uma vida mais fácil no Brasil, havendo então uma grande imigração japonesa em nosso país.  Aiko Okamoto, aos seus 16 anos, tendo recém casado e já grávida, vendo que não teria condições de criar seu filho naquele país, pois era muito pobre, decidiu vir ao Brasil, para tentar a vida que havia sido prometida. Vieram então para São Paulo, em 1933, Aiko, seu marido Akio, seus pais, e três irmãos.  Quando chegaram à terra prometida não levou muito tempo para perceberem que tudo isso não passava de lorota para que saíssem de seu país de origem, e não tendo dinheiro algum para voltar, a família Okamoto permaneceu por aqui, trabalhando arduamente e mal ganhando para se alimentar.
Neste meio tempo, a mãe de Aiko engravidou também, e as duas tiveram seus bebês quase na mesma época. Aiko sobreviveu, mas sua mãe não resistiu ao parto. Ela teve que dar conta das duas crianças. Muito pobre não tinha nem onde coloca-los para dormir, então usava as gavetas de uma cômoda como berço para os bebês. Além de a comida ser pouca, o leite de Aiko era escasso, e a criança de sua mãe acabou falecendo também. Felizmente seu bebê vingou, e cresceu saudável. 

Com o tempo a família Okamoto conseguiu estabilizar-se aqui no Brasil, e mais 14 filhos vieram depois desse primeiro. Akio já é falecido, mas Aiko, hoje aos seus 92 anos de idade, mora em São José do Rio Preto, em São Paulo, com duas de suas 15 filhas.

Izadora Meyer

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